As Habitações de Interesse Social

As Habitações de Interesse Social são uma forma de dar acesso a moradia humanizada em termos de qualidade e localização para a população de baixa renda. Dessa forma, visam permitir que os residentes consigam conciliar a compra da casa própria com outros gastos básicos cotidianos.

Essas obras se caracterizam pelo baixo custo, rapidez, padronização das moradias e unidades mais compactas. Além disso, as construções não possuem grandes margens de lucro, porém, isso não significa que a qualidade será inferior.

Habitações de Interesse Social 2

IMPORTÂNCIA

Muitas são as inadequações habitacionais com as quais as pessoas convivem em suas residências por não terem condições financeiras. Por exemplo a falta de um banheiro particular, paredes externas com materiais de baixa durabilidade e imóvel sem a documentação regularizada. Segundo dados divulgados pelo IBGE, aproximadamente 11,4 milhões de pessoas residem em comunidades carentes, sem condições básicas de moradia. Ademais, segundo uma pesquisa do Datafolha, 85% do povo brasileiro, realiza construções e reformas sem o acompanhamento profissional de engenheiros e arquitetos. Assim, ao analisarmos os dados anteriores percebemos a necessidade de um recurso que permita reduzir esses índices.       

Sendo assim, as Habitações de Interesse Social são vistas como uma alternativa para remediar essa grande problemática. Além de diminuir o déficit habitacional, elas ajudam também a realizar a ocupação urbana planejada, ou seja, levam em conta a localização das moradias. É essencial que os moradores tenham acesso ao meio urbano e aos serviços públicos básicos, como saneamento básico, energia elétrica e transporte público.

O Brasil conta com o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social. O SNHIS tem a missão de implementar políticas e programas que auxiliem no acesso à moradia humanizada para a população sem condições financeiras. Além disso, o programa também tem a função de centralizar todos os projetos destinados à habitação de interesse social no país. Atualmente, um programa destinado à habitação de interesse social é o Casa Verde e Amarela, criado em 2020 pelo governo federal.

ORIGEM

Para alguns historiadores a origem deste tipo de habitação aconteceu na Europa no século XIX com a Revolução Industrial. Com o aumento da população na zona urbana e respectivamente a demanda por moradia crescendo constantemente, muitos urbanistas e reformistas elaboraram projetos de cidades, bairros e habitações que atendessem o desenvolvimento ininterrupto da zona urbana. Mas só em 1929 que habitação econômica passou a ser vista como uma possibilidade. A ideia central era elaborar um modelo de moradia que suprisse as exigências básicas de uma família com menores condições financeiras. Nesse modelo não era levado em consideração qualidade – aspecto que na época estava totalmente ligado ao poder aquisitivo. Entretanto, apenas em 1940 isso muda: após a projeção realizada por Le Corbusier dos Unités d’Habitation.

Edifícios com mais de 10 pavimentos divididos entre centenas de células habitacionais, com pontos comerciais, equipamentos de serviço e lazer e cercados por jardins. Esse novo modelo de habitação trazia consigo a proposta de autossustentabilidade, qualidade e quantidade, e respectivamente foi propagado pelo mundo inteiro.

No Brasil, as Habitações de Interesse Social surgiram durante a Era Vargas, período em que houve uma grande concentração da população advinda da zona rural. Por conta do processo de industrialização que se expandia no país, as únicas opções disponíveis eram as vilas operárias. Logo após, em 1964 o governo tomou frente das questões habitacionais com a criação do Sistema Financeiro de Habitação e do  Banco Nacional de Habitação.

 

CARACTERISTICAS

As habitações contam com um modelo padronizado com a finalidade de oferecer praticidade e demandar um custo baixo, em sua maioria são casas ou apartamentos. As medidas são menores e seu layout apresenta sala de estar e de jantar compartilhados, cozinha, lavanderia, 2 dormitórios. Além disso, as moradias buscam reunir alguns requisitos pré-definidos para a sua elaboração: 

Baixo Custo

A produção da obra deverá ser realizada minimizando os gastos com despesas, como em mão de obra e materiais de construção. Contudo, sempre considerando a qualidade do produto. 

Agilidade

A otimização do tempo de entrega da obra é essencial, pois quanto mais tempo demanda a obra, mais gastos serão gerados. Por isso, os projetos de habitações sociais são construídos simultaneamente e de maneira mais rápida do que obras convencionais.

Unidades Compactas

Afinal, o custo está totalmente interligado com esse requisito. Com o propósito de diminuir gastos as dimensões das residências se tornam menores, mas há planejamento para que as suas dimensões não interfiram na sua eficiência.

Localização

A fim de reduzir o custo, a localização também será definida levando esse ponto em consideração. Geralmente será em bairros onde o preço dos terrenos é menor, comumente em bairros em crescimento, não necessariamente fora da zona urbana.

Padronização

Acima de tudo, as unidades habitacionais serão completamente idênticas, facilitando no processo do planejamento do orçamento e construção da moradia. Porque há uma redução de tempo e além disso apenas uma planta baixa precisará ser aprovada.

 

CONCLUSÃO

Portanto, esse tipo de iniciativa se faz um importante impulsionador da democratização da moradia. Além de auxiliar que a população como um todo tenha acesso a melhores condições de vida, diminuindo o déficit habitacional que se faz tão presente atualmente.

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