Como a arquitetura e a engenharia evitam barreiras na acessibilidade
Falar de acessibilidade é importante durante o ano todo, pois em sua maioria, a deficiência, e as barreiras na acessibilidade, acompanham as pessoas durante toda a vida. Apesar disto, o tema só chama atenção perto de dias especiais. Assim, para garantir que a sua edificação esteja em condição de alcance para a utilização, com segurança e autonomia, se atente a esta lista:
A acessibilidade arquitetônica é apenas uma parte de um conjunto maior, então somente ela não é o suficiente. É preciso uma integração com comportamento, tecnologia e legislação para garantir a plena inclusão. Uma vez que cada caso é um caso, proprietários e sócios de imóveis devem estar prontos para qualquer acontecimento. E como a melhor forma de preparo é a prevenção, precisamos identificar algumas das principais formas de barreias.
Este grupo inclui todas as formas de barreiras que impedem a ocupação do espaço físico, seja este público ou privado. Podemos agrupar estas barreiras em como sensoriais, de mobilidade, funcionais ou outros grupos, mas estes acabam se interseccionando. Por isto, chamamos atenção para as que vemos mais comumente.
Falta de rampa de acesso
Degraus e meios-fios são parte do nosso urbanismo e considerados necessários por vários motivos. Separação da calçada da rua, acesso a locais com o contrapiso elevado, escoamento da água da chuva são apenas alguns de muitos motivos.
Apesar disto, eles apresentam uma barreira física. Não só cadeirantes, mas também pessoas com a mobilidade limitada, idosos ou com carrinhos de bebês são afetadas por eles. Por isto a NBR 9050 apresenta recomendações para sua construção. Ainda assim, por dimensionamentos incorretos ou cálculos mal feitos, estas podem se tornar uma outra forma de obstáculo, com graus de inclinação que impedem a passagem ou passagens estreitas.
Falta espaço para manobrar cadeiras de roda
Não apenas em calçadas, como também em interiores, precisamos de um espaço pensado para garantir essa mobilidade. Especialmente porque o mínimo de espaço para uma cadeira de rodas passar por uma porta é diferente do tamanho padrão das atuais.
Além disto, para fazer curvas e rotações, com ou sem auxílio, precisa-se de um espaço adequado. Felizmente, é possível resolver com um bom planejamento de ambientes. Desde um móvel planejado que não obstrua o caminho ou a realocação da disposição podem bastar em alguns casos.
Piso tátil em má disposição
A fabricação e disposição deste tipo de piso segue uma série rígida de regras e os projetos também o devem fazer. Apesar disto, vemos situações como as da imagem que pecam na segurança ou planos de caminhos mal pensados. Guias que não têm finalidade específica, seguem caminhos sem utilidade ou não acessam todos os cômodos/salas do local também são uma dificuldade.
Mais que isto, muitas vezes somente o piso não basta, já que não há identificações em braile nas paredes ou escadas. Assim, embora haja um indicador para o caminho, não há para o destino.
Banheiros não adaptados
Os banheiros, por sua vez, têm regras próprias. Para garantir o acesso a eles, algumas regras foram criadas para sua disposição e dimensão: portas de no mínimo 0,8m de largura e maçaneta de alavanca. Além delas, acessórios como barras laterais de apoio ao redor do vaso e assento de uma altura de 0,46m precisam estar presentes.
Conclusão
A deficiência é algo a qual todos nós podemos estar sujeitos, independente de se genética ou por acidentes. Por isso, é importante não pensar nestas medidas como uma obrigação, mas como uma melhoria na qualidade de vida.
Estes foram alguns de muitos exemplos, mas há diversas barreiras na acessibilidade que são sociais ou comportamentais também. Portanto, para evitar que nossas construções se tornem mais um fator de exclusão, como engenheiros ou proprietários, devemos levar em conta todos os públicos.
Desta forma, a arquitetura inclusiva é um ramo da arquitetura que está em constante inovação para garantir direitos básicos a todos. Afinal, a acessibilidade e a integração da pessoa com deficiência é garantida por lei.
Enquanto não podemos revolucionar o urbanismo e a formatação de construções como conhecemos, é possível começar com projetos de acessibilidade sempre que possível. De escolas e condomínios a praças e shoppings, estas mudanças a fim de garantir a cidadania são fundamentais.